Demolição de galpão entre armazéns revela parte da história do Porto de Vitória

A demolição do galpão anexo aos Armazéns 4 e 5 do Porto de Vitória, no Centro da cidade, expôs uma parte da história do terminal que há mais de 115 anos é responsável pela movimentação de diversas mercadorias e pessoas no Espírito Santo. Com o prédio demolido, os responsáveis pela obra acabaram encontrando o calçamento original do porto, em paralelepípedo. Agora, quem passa pela avenida que margeia a área, poderá ver uma parte dessa história e apreciar a movimentação do terminal e da Baía de Vitória.

Veja as fotos no final da página.

O Porto de Vitória foi inaugurado em 1906 e os armazéns vieram muito depois, entre 1945 e 1959. A restauração do local faz parte do processo de revitalização do cais, numa contribuição do porto ao resgate histórico do Centro de Vitória, de acordo com a Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa).

Vista de cima do antigo local do galpão que foi demolido. No detalhe, o rebaixamento do piso que encontrou o pavimento original e os telhados dos Armazéns 4 e 5.

Parte do piso original em paralelepípedo foi preservado e reconstruído no trecho onde havia uma escada, que saía da Avenida Getúlio Vargas e dava acesso ao cais. Além disso do calçamento, a obra também revelou a cor da pintural original dos galpões.

“O local está limpo e a população já tem visão facilitada para as atividades operacionais do porto, por meio de um gradil. Porém, o ponto alto do processo foram duas descobertas: parte do piso original da época da construção do Porto, do começo do século XX, cujo calçamento, em paralelepípedo, foi localizado a cerca de 1 metro e 20 centímetros abaixo do atual piso; e, a descoberta da tonalidade original da época da inauguração dos armazéns, definida como cor ocre. Para demarcar o achado, foi implantada uma moldura no local, que destaca e preserva um trecho da pintura original”, diz o comunicado da Codesa.

Vista do porto

Outro ponto positivo é que também já é possível ter visão das fachadas dos armazéns 4 e 5, que “estavam cobertas pelas paredes do galpão intermediário”. Toda a obra contou com o acompanhamento do Conselho Estadual de Cultura (CEC), que é o órgão consultivo vinculado à Secretaria de Estado da Cultura (Secult), que esteve presente e foi consultado em todas as etapas do processo”.

De acordo com o engenheiro da Codesa responsável pela fiscalização da obra, Thiago Nespoli de Prá, a descoberta alegrou e surpreendeu a todos. “É a história do Porto de Vitória”, comentou.

Como ficou?

As pessoas que passam pela avenida Getúlio Vargas já conseguem perceber a diferença, já que o espaço foi aberto. O antigo anexo foi construído ainda na década de 1990 e serviu como opção para armazenamento de cargas. Com o passar do tempo, o local ficou obsoleto e houve proposta de demolição, sem interferir nos históricos armazéns do porto.

O local, de 1.000m², além de estar cercado pelo gradil, também recebeu piso especial, seguindo o padrão atual do cais. A área será utilizada para atividades portuárias.