Investigação aponta que homicídio em casa de show de Vitória não foi causado por policial

A Polícia Civil do Espírito Santo (PCES), divulgou nesta segunda-feira (24), o resultado das investigações sobre o homicídio ocorrido na madrugada de domingo (16), numa casa de shows localizada no bairro Mário Cypreste, em Vitória. Na ocasião, um homem de 32 anos foi morto a tiros e uma jovem de 20 anos ficou ferida.

A princípio, a suspeita era de que dois policiais militares estariam envolvidos no caso, mas, de acordo com as investigações, o crime não foi praticado por nenhum PM. “Após um árduo trabalho de análises de câmeras de videomonitoramento e de outros elementos, nós chegamos a conclusão de que o fato não foi praticado por um policial militar”,  destacou o chefe da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Vitória, delegado Marcelo Cavalcanti.

Nas imagens da casa de show divulgadas pela polícia, é possível ver quando o suspeito chega no local, de bermuda branca, chinelos e uma camisa em tom salmão. O homem passa por uma rápida revista e segue para dentro da boate. Algum tempo depois as imagens mostram o homem saindo da casa de shows e retornando pouco tempo depois. Ele paga novamente o ingresso, passa por uma revista superficial e volta para o interior do espaço.

Outro trecho das imagens mostra o momento em que a vítima é atingida pelos tiros. O suspeito atira a queima roupa, no meio da multidão que estava na casa de shows.

A suspeita da polícia é de que no momento em que o homem sai da casa de shows e retorna, ele teria ido buscar a arma para executar a vítima. Os indícios também apontam que o caso pode ter relação com o tráfico de drogas.

De acordo com o delegado Marcelo Cavalcanti, os policiais militares que estavam na casa de shows no dia do crime, de folga, e foram, a princípio, apontados como suspeitos do crime, prestaram depoimento na DHPP e tiveram as armas apreendidas, durante as investigações. Após a narração dos fatos e das análises das imagens, a Polícia Civil comprovou que o crime não foi cometido pelos policiais e sim pelo homem que aparece nos vídeos da câmera de segurança da boate.

Após identificar o suspeito, a polícia agora investiga a motivação do fato. “Estamos trabalhando pra gente entender o que motivou o fato. Para nós foi um crime de oportunidade, porque ninguém mata uma pessoa num estabelecimento desse assim, a chance dele sair preso de lá era muito grande. Acreditamos que ele viu o alvo e disse ‘vou acabar com esse cara agora’, ele viu a oportunidade”, pontuou o delegado-geral da Polícia Civil (PCES), José Darcy Arruda.

De acordo com a polícia, também será investigado se houve falha na revista por parte da segurança da casa de show. Além disso, a polícia também apura se o suspeito estava acompanhado por outras pessoas no local e se houve participação de terceiros.