Surgiu um novo MDB das eleições para o Congresso Nacional: o União Brasil

O fruto da fusão entre o DEM e o PSL, o partido União Brasil surge no cenário político nacional como a reencarnação do antigo PMDE/MDB. E, nessa condição ante o presidencialismo de coalizão que permanecesse vigente, o partido já se posicionou como efetivo fiel da balança em qualquer futuro governo – não importando quem seja o presidente eleito.

Qualquer um dos candidatos nesta eleição polarizada precisará construir sua base de apoio no Congresso Nacional a partir de 2023. Neste cenário, o União Brasil, que ainda é aliado do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) almeja o comando das mais importantes Comissões Temáticas: Comissão Mista do Orçamento e Comissão de Constituição e Justiça.

Essa aproximação com o atual mandatário da Câmara ficou evidente em declaração do deputado Elmar Nascimento (UNIÃO-BA), publicado pelo site Terra, onde ele afirmou: “À exceção de um candidato próprio do partido à presidência da Câmara, Lira tem nossa simpatia, a minha, pessoalmente. Ele foi muito correto conosco no cumprimento dos acordos, reconhecendo os espaços que tínhamos direito”.

Para além do comando das comissões o partido também pretende relatar projetos estratégicos, a depender do próximo presidente da Câmara, mas, já é consenso na legenda a defesa das reformas estruturais: tributária e administrativa e a mantença da influência do Congresso sobre o orçamento.

O partido União Brasil já estava a negociar sua fusão com o Progressistas de Arthur Lira, mas como a ideia “deu água”, aventa-se a possibilidade agora de criar uma federação partidária – que é uma espécie de coligação vinculando os partidos durante quatro anos no Congresso Nacional, nas Assembleias Legislativas e nas Câmaras Municipais.

Esse modelo de federação encontra dificuldades, pois os acordos deveriam repetir-se em todos os Estados, o que seria problemático devido as peculiaridades regionais e dificultaria os acordos com vistas às eleições municipais de 2024, resta a alternativa mais provável, que é a formação de bloco partidário no âmbito das duas Casas (Câmara e Senado, com previsão nos respectivos regimentos.

De qualquer forma, a legenda (União Brasil) apresenta-se, em qualquer cenário hipotético como muito relevante para a definição das políticas públicas de qualquer dos candidatos que vier a ser eleito, não podendo ser esquecida em nenhuma discussão de relevo a partir de 2023, com fusão ou sem fusão, com federação ou sem federação, com bloco ou sem bloco.