Rota do Socol em Venda Nova do Imigrante

Foto: Divulgação / Descubra Venda Nova do Imigrante

Uma tradição italiana que chegou ao Brasil, se adaptou e que ganhou nome e sobrenome por meio do certificado de Indicação Geográfica (IG), o Socol, ganha um “caminho” só seu, batizado de Rota do Socol, a fim de valorizar a gastronomia e expandir o turismo da região serrana do Espírito Santo.

O Projeto de Lei Substitutivo (PSL) 43/2023, prevê que a rota contemple pontos dentro do território da IG, nos bairros Alto Bananeiras, Vila da Mata, Vila Betânea e Providência, Tapera. Os empreendimentos – Angelim Socol, Caprinova, Dona Martha Delícias, Família Brioschi, Fazenda Carnielli, Sítio Lorenção e Tio Vé Socol – fazem parte da Associação dos Produtores de Socol de Venda Nova do Imigrante (Assocol), que conta com 21 associados.

Segundo o presidente da Câmara de Venda Nova do Imigrante, Erivelto Uliana, a criação da rota é uma forma de orientar os turistas para que façam visitação aos pontos citados.

“É uma forma de incentivarmos os empreendimentos e a organização produtiva local. Venda Nova do Imigrante já é referência no agroturismo nacional e a rota é mais uma forma de atrair visitantes que querem conhecer esse produto tão importante para o desenvolvimento do município”, avalia Erivelto Uliana.

A família de Thais Falqueto faz artesanalmente o socol da marca Tio Vé, nome que vem do apelido do pai dela, Elvécio. O lombo do porco fica três dias na salmoura, depois é envolto numa membrana chamada peritônio e, em seguida, é pendurado para maturar por meses. “Isso vem da tradição da família da minha avó, por parte de pai, era a forma de conservar a carne. Nós continuamos essa tradição de mais de 130 anos”, diz a produtora.

Há dez anos, a família abriu o negócio que, além do socol, inclui uma cafeteria e adega. Um tipo de atrativo que é visto entre outros produtores: além da produção do socol, muitos mantêm também uma loja na propriedade, onde o visitante pode conhecer quem faz e saber mais da história e tradição da família. Isso fez com que a região de Venda Nova do Imigrante virasse uma rota gastronômica para quem passa pelas montanhas capixabas, onde há também cafés e restaurantes especializados.

Uma das pioneiras no agroturismo da região é a família Carnielli, que viu a oportunidade de ampliar as vendas a partir do socol. O produtor Lorenzo Carnielli lembra que quando era criança, os turistas perguntavam por mais produtos: queriam levar café, queijo e fubá para fazer polenta. “Hoje, a gente tem socol, linguiça, queijos, doce de leite, cafés especiais das montanhas do Espírito Santo e, aos poucos, a experiência ficou completa”, afirma.