Roger Waters, ex-Pink Floyd, acusa Ucrânia de ‘provocações’ à Rússia

Rogers Waters, um dos fundadores da lendária banda de rock britânica Pink Floyd, denunciou nesta quarta-feira (8) as “provocações” que levaram à invasão russa da Ucrânia, em um discurso perante o Conselho de Segurança da ONU que provocou a revolta de Kiev.

O músico britânico, de 79 anos, que gerou polêmica pela posição sobre a guerra, foi convidado por Moscou a falar aos 15 membros do Conselho.

“A invasão da Ucrânia pela Federação Russa foi ilegal. Eu a condeno nos termos mais fortes possíveis”, declarou o músico britânico em um vídeo exibido ao Conselho.

Waters, no entanto, deu a entender, na continuação do discurso, que Kiev também tinha culpa.

“Mas a invasão russa da Ucrânia também não foi por falta de provocação. Portanto, também condeno os provocadores nos termos mais fortes possíveis”, acrescentou.

O embaixador da Ucrânia na ONU contra-atacou com o título de uma das canções mais famosas do Pink Floyd.

“Que triste para seus ex-fãs vê-lo aceitar o papel de ser apenas um tijolo na parede, uma parede de desinformação e propaganda russa”, criticou Sergiy Kyslytsya.

O representante de Kiev também fez referência ao porco inflável rosa gigante que apareceu em muitos dos shows da banda.

Kyslytsya disse que ficou surpreso por Waters não ter levado o balão para a câmara do Conselho de Segurança. “O que poderia ter sido desta vez, Sr. Waters? Porcos com suásticas e a foice e o martelo?”, perguntou.

A cidade polonesa de Cracóvia declarou Waters “persona non grata” em setembro, depois de ter suspendido os shows dele por causa de sua posição sobre a guerra.

Naquele mês, Waters havia escrito uma carta aberta em que dizia que o Ocidente deveria parar de fornecer armas a Kiev, acusando o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, de permitir um “nacionalismo extremo” no país e instando-o a “pôr fim a esta guerra mortal”.

Nesta semana, Polly Samson, uma compositora que escreveu canções do Pink Floyd e do guitarrista e seu marido, David Gilmour, chamou Waters de “antissemita” e “apologista de Putin” em uma postagem no Twitter.

Waters respondeu com a publicação de uma declaração no Twitter de que “refutava totalmente” a alegação de Samson.