Padrasto é condenado a 37 de prisão pelo assassinato de enteada

Dois anos após o crime, o tribunal do júri condenou Elisnai Borges Eloy a 37 anos e 17 dias de prisão pelo assassinato da enteada Aghata Vitória Santos Godinho. A sentença foi dada na tarde de quinta-feira (20), após quase quatro horas de julgamento realizado no Fórum da Serra.

Aghata foi espancada pelo padrasto, Elisnai, na presença do irmão mais novo dela, com 3 anos na época, em outubro de 2020, quando a mãe estava na aula para tirar a carteira de motorista. O motivo do crime nunca foi explicado. Inicialmente ele disse que a menina havia passado mal. Ao chegar em casa, a mãe de Ághata encontrou a filha desmaiada na cama e a levou a um posto de atendimento na BR 101.

Os socorristas que a atenderam constataram o óbito da menina e a presença de hematomas em seu corpo. Já Elisnai reafirmou que a menina passou mal após o almoço e não acordou mais. A Polícia Militar foi acionada pelos socorristas e o padrasto foi preso.

De acordo com o pedido do Ministério Público Estadual (MPES) na denúncia encaminhada à Justiça, Elisnai foi condenado pelo crime de homicídio consumado e triplamente qualificado (por motivo torpe, meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima), além do reconhecimento da causa de aumento da pena por ter sido o crime praticado contra pessoa menor de quatorze anos.

Ele confessou o crime durante o julgamento, mas não deu detalhes nem justificou a razão. Preso desde 2020, ele continua a responder pelo crime em regime fechado e não poderá recorrer da decisão em liberdade, porque, além da condenação, foi mantida a prisão cautelar.

De acordo com a promotora de Justiça que esteve com os familiares da menina Aghata antes do Júri, a condenação traz conforto à família da vítima e à sociedade. “É um trabalho árduo e muito triste, não temos vitoriosos num dia como esse, pois perdemos uma vida, mas a sensação é de poder transmitir um pouco de conforto, para que a família possa ter sua dor um pouco cicatrizada”, destacou.

O crime foi cometido no primeiro ano da pandemia de Covid-19, quando, de acordo com o Anuário de Segurança Pública de 2021, ocorreram 17 mortes violentas de crianças e adolescentes por dia, no Brasil, acrescentou Helaine da Silva Pimentel.