Os Fabelmans’, novo filme de Spielberg, encanta o poder de contar histórias

Steven Spielberg é dono de um dos currículos mais impressionantes de Hollywood e está por trás de filmes que marcaram gerações, influenciando os rumos do cinema moderno.

O diretor de E.T.: O Extraterrestre, Jurassic Park, A Lista de Schindler e Tubarão retorna nesta quinta-feira (12) com a mais nova história: Os Fabelmans.

Inspirada na vida do próprio cineasta, a produção acompanha a família do jovem Sammy Fabelman, que descobre ainda pequeno a paixão por criar filmes.

Descrito por Spielberg como seu filme mais pessoal até hoje, Os Fabelmans foge da armadilha de representar o profissional como um pequeno gênio em formação e vai muito além da auto-homenagem.

A trama e os personagens apresentados são complexos e cheios de nuances, graças ao roteiro, escrito por Spielberg ao lado de Tony Kushner, e ao talentoso e competente elenco, puxado por Michelle Williams e Paul Dano, que vivem o pai e a mãe da família Fabelman.

Williams faz uma das melhores performances da já elogiada carreira, que conta com papeis de destaque em filmes como O Segredo de Brokeback Mountain, Manchester À Beira-Mar e Namorados para Sempre. A atriz brilha com uma personagem cheia de vida e carisma, mas Spielberg acerta em, novamente, não romantizar tudo ao extremo. Ao mesmo tempo em que presta uma homenagem para a própria família, ele consegue enxergar o lado humano daquelas pessoas, que também não são perfeitas e cometem erros.

A química entre o elenco realmente se destaca, incluindo uma excelente participação do ator Seth Rogen, famoso no mundo das comédias. Paul Dano também tem ótimos momentos em cena, especialmente com Michelle Williams e Gabriel LaBelle, que representa uma versão jovem de Spielberg e já desponta como uma nova aposta.

Além dos atores principais, o elenco de apoio conta com alguns bons destaques. Judd Hirsch, Chloe East e David Lynch rendem cenas divertidíssimas. Aliás, o humor de Os Fabelmans é um dos maiores acertos do filme, trazendo leveza em meio aos momentos de confronto e reflexões.

Os visuais, como em todos os trabalhos do cineasta, são parte importante da maneira com a qual ele escolhe nos apresentar cada um dos detalhes em cena. Nada parece ser usado gratuitamente, os elementos isolados são fundamentais para a composição do todo. Inclusive, dá para falar aqui sobre o tempo de filme. As mais de 2h30 de duração não são cansativas, já que o texto sempre nos leva a algum adiante.

Entre emoção e humor, Spielberg faz com Os Fabelmans uma reflexão sobre memória, família, amor pelo cinema e, acima de tudo, sobre o poder de contar histórias. Quem melhor do que um dos maiores cineastas de todos os tempos para nos guiar por um tema como esses, não é?