Médico tira trompa errada de grávida no ES e mulher fica impedida de ter filhos de forma natural

Um casal será indenizada em R$ 26 mil em danos morais por ter tido a trompa errada retirada em cirurgia e ficar impossibilitada de ter filhos gerados de forma natural. A Justiça ainda definiu o valor de R$ 3.502,70 pelos danos materiais sofridos. A sentença foi proferida pelo juiz da Vara Única de Alfredo Chaves.

Um mulher ficou impossibilitada de ter filhos após ter a trompa errada retirada durante cirurgia, em Alfredo Chaves, região Serrana do Estado. A paciente relatou ter descoberto uma gravidez, mas ao fazer exames recebeu a notícia que o embrião não estava no útero e sim na trompa direita. Com isso, o médico informou a necessidade de retirada do órgão.

O procedimento foi realizado por outro profissional da saúde, por indicação responsável pelo diagnóstico, e sob justificava ter retirado a trompa errada ao identificar que esta é que estaria com problemas.

Após o casal entrar com ação contra os envolvidos, a justiça deificou uma indenizado pelo cirurgião em R$3.502,70 por danos materiais e R$20.000,00 por danos morais, bem como em R$ 3 mil por danos morais pelo médico que realizou as consultas, e em R$ 3 mil também por danos morais pelo hospital em que foi realizada a primeira cirurgia. A sentença foi proferida pelo juiz da Vara Única de Alfredo Chaves.

Ao ser informado dessa situação, o primeiro médico achou estranho a biópsia não apresentar a existência do embrião, mas afirmou a paciente e o marido estar tudo bem. Ele ainda informou a possibilidade de tentar uma nova gravidez após 6 meses.

Depois de um tempo, a paciente passou a sentir fortes dores, e foi levada ao pronto atendimento onde foi constatada hemorragia interna e gravidez tubária pela trompa direita. Os ovidutos precisaram ser retirados com emergência, e deixou então a mulher impossibilitada de ter filhos naturalmente.

O juiz da Vara Única de Alfredo Chaves, diante do laudo do perito e das provas apresentadas, observou que ficou demonstrada a responsabilidade civil do cirurgião: “restou esclarecido que o primeiro requerido não empregou os meios possíveis e necessários para o resultado favorável da cirurgia, uma vez que ao retirar a trompa esquerda ao invés da direita, onde já havia sido comprovada a gravidez ectópica, agiu com imprudência e negligência”, diz a sentença.

Em relação ao médico que realizou a consulta, o magistrado entendeu a existência de negligência. Isso devido a falta informação fornecida ao casal em relação ao erro cometido pelo médico autor da cirurgia, ação que teria permitido a busca de ajuda médica imediata.

Já quanto ao hospital, o juiz também entendeu ser devida a indenização, “ao levar em consideração jurisprudência, segundo a qual a relação estabelecida entre o paciente e o hospital é tipicamente de consumo, devendo, portanto, haver reparação.”