Haja fôlego! Engenheiro se torna o primeiro capixaba a cruzar o Canal da Mancha a nado

Foto: Daniel Righetti

O engenheiro mecânico Marcio Junqueira se tornou o primeiro capixaba a cruzar o Canal da Mancha, que separa a Inglaterra do norte da França. A travessia possui uma extensão de até 47 quilômetros e foi realizada em 11 horas e 45 minutos. Entre muitos desafios, o trajeto foi cumprido no dia 30 de julho deste ano.

Em entrevista ao Sim Notícias, Marcio conta que pratica maratona aquática desde de 2008 e revelou todas as curiosidades dessa aventura.

Como surgiu a vontade de cruzar o Canal da Mancha?

Foi uma evolução gradativa, comecei fazendo provas de 1 quilômetro, depois 2, 10, 24. Quando fiz a travessia do leme ao pontal, tive essa ideia de nadar o Canal da Mancha.

Qual foi o tempo e rotina de preparo?

Foi um longo preparo de dois anos e meio. Tive que treinar em regiões de águas mais frias, com 16 a 18 graus. Trenei a noite, em alto mar, em longa distância, em lagoas, sozinho e em grupo. Meu preparo psicológico foi estudar a religião, isso reforça muito a minha parte espiritual. Mas é muito difícil, foi a primeira travessia que deu vontade de desistir.

É necessário algum documento? E como é a organização?

Precisa contratar um barco com dois anos de antecedência com a Federação Oficial. São 7 barqueiros credenciados, cada um com apenas um nadador. Além disso, precisa de um atestado médico que comprove que você já nadou mais de 6 horas na temperatura de 16 graus Celsius. Também é necessário pagar algumas taxas da Federação.

Como foi realizado?

A travessia durou 11 horas e 45 minutos. Já começa a contar no momento que é autorizado a mergulhar no mar, na praia de Shakespeare. Todo o trajeto feito com o acompanhamento de um barco, onde vão os juízes. O percurso só é finalizado quando chega em algum ponto da França.

Qual foi o seu maior desafio?

O Canal da Mancha é conhecido como Everest da natação. A minha maior preocupação era a temperatura da água que varia de 11 a 17 graus. No dia da minha travessia variou entre 14 e 18 graus. O que eu senti mais foi a correnteza, é muito forte. Além disso, peguei um grande cardume de águas vivas, tomei muitas queimadas.

A pandemia do novo coronavírus influenciou em algum ponto da viagem?

Gerou muita ansiedade, todas as travessias da metade do verão europeu (de junho a setembro), pra trás, foram canceladas. A minha travessia foi o marco do não cancelamento, foi a primeira pós pandemia. Também aumentou os custos da viagem, tive que chegar duas semanas antes para ficar de quarentena.

Onde será o próximo desafio?

Meu próximo desafio será a Tríplice Coroa, que consiste em três desafios, o Canal da Mancha, a volta da ilha de Manhattan, em Nova York, e a ilha de Catalina, na Califórnia. Mas para realizar, preciso da ajuda de patrocinadores. Eu vendi muitas camisas para conseguir arcar com esse projeto, a busca por patrocinadores é uma grande dificuldade. O atleta além de treinar, ele tem que se esforçar para arrumar recursos financeiros.

Foto: Daniel Righetti

Foto: Daniel Righetti

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