Espírito Santo pode ter novos tremores de terra

Os tremores registrados em Pancas neste mês despertou a curiosidade de pesquisadores e deixou os moradores da região receosos de novos tremores. O abalo sísmico de maior intensidade foi o do dia 13 de julho, com magnitude de 1.4. Segundo pesquisadores da Universidade Federal do Espírito Santo, novos registros podem vir a acontecer, mas de menor força.

“Outros terremotos podem ocorrer no Espírito Santo, mas, geralmente, com magnitudes baixas, pois o território brasileiro encontra-se distante de um limite de placa tectônica. Por esse motivo, esses eventos sísmicos aqui no estado dificilmente irão causar danos à população”, disse a professora do Departamento de Geologia da universidade e pesquisadora do Laboratório de Neotectônica e Sismológico (Lanesi) da Ufes, Luiza Bricalli.

No total, já ocorreram mais de 40 tremores de terra, que foram registrados e catalogados pelo Lanesi da Ufes, com detalhamento do dia, local, epicentro e magnitude.

Esses terremotos ocorreram entre os anos de 1767 e 2021, sendo que, de julho de 2020 até a presente data, ocorreram sete terremotos. A professora informa ainda que, no dia 14 de julho, um dia após os tremores em Pancas, mais três pequenos eventos sísmicos ocorreram no estado.

A explicação para a ocorrência desses eventos sísmicos em território capixaba são diversos. Algumas dos aspectos levados em conta são: a movimentação das placas tectônicas da crosta terrestre, a compressão da placa Sul-Americana onde o Brasil está inserido, à própria movimentação das placas tectônicas, a movimentação das falhas transcorrentes da dorsal mesotlântica, que se prolongam para o continente e a movimentação de falhas geológicas locais.

Segundo pesquisadora, em Pancas, existe uma particularidade geológica importante a ser mencionada, que é a presença da faixa de lineamento Colatina. Ela corresponde à feição estrutural mais importante no estado e é caracterizada por um conjunto de lineamentos, que se inicia a sul de Vitória, passando pela cidade de Colatina e por Pancas, e terminando a noroeste, no limite com o Estado de Minas Gerais.