ES pode enfrentar problemas para abastecer combustível por mais três meses, avalia Sindipostos

Nos últimos dias, motoristas capixabas enfrentam problemas para abastecer os veículos com gasolina e diesel S10. Há postos com falta dos produtos, e de acordo com proprietários dos estabecimentos, isso se deve à falta nas distribuidoras.

A reclamação teve inicio do interior do Estado nas vendas dos postos com bandeira branca, segundo Rógerio Lube, diretor de comunicação do Sindicato de Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Espírito Santo (Sindipostos-ES).

A situação piorou de forma rápida, com registro do problema até em estabelecimentos bandeirados. Em nota, o Sindipostos-ES que o problema, no momento, está sendo resolvido de forma paliativa e emergencial. “Algumas distribuidoras estão trazendo produtos de outros estados por via terrestre”, disseram.

Esse processo de transporte representa um aumento significativo no custo de aquisição para o consumidor capoxaba. Rogério afirmou que os caminhões tanques realizam um trajeto de 500 km até Duque de Caxias, quando antes era feito um de 3 km até São Torquato.

“Tem também o frete, pedágio, com preços com alteração constante. É isso todo esse novo trajeto quem paga são os motoristas”, disse.

SOLUÇÃO

Esse problema tem ligação com a guerra no Leste Europeu, pois os Estados Unidos são os principais parceiros comerciais no Diesel do Brasil. Como o país norte-americano cancelou exportações de matrizes energéticas da Rússia, não existe repasse aos clientes, o que afeta de forma direta o território capixaba. Mas essa não é a única dificuldade.

Lube aponta a falta de refinarias de petróleo no país como um dos principais fatores. Com isso, há como consequência a dificuldade de acesso ao produto no setor: “o problemas de logística do Estado como um dos principais fatores”, disse.

A inexistência de bases de distribuições públicas do material também afetam a região, segundo o diretor, e fazem o Estado ser o primeiro afetado nessas situações.

“As bases que temos são da Vale, uma empresa privada. Faltou navios para importação para a nossa região, se falta algo, ou acontece um problema, somos sempre os primeiros a ficar para traz”, afirmou.

Esse transtorno aumenta com a espera de um navio de gasolina e Diesel S500 para atracar no Porto de Vitória. De acordo com Rogério, “as bases infelizmente são da Vale, e entrou na frente uma embarcação de ferro gusa. Isso demorou seis dias, e é mais um motivo para o atraso. Esperamos que ancore esse semana.”

As dificuldades com o Diesel S10 não tem previsão para acabar nos próximos três meses. Ela persistirá nos meses de maio, junho e julho, conforme avaliou.

NORMALIZAÇÃO, QUANDO?

Existe uma expectativa para normalizar o abastecimento nos próximos dias, caso o atracamento de navios se confirme. Na base da Vale, no Porto de Tubarão,são esperados dois navios. As datas prováveis para ocorrer são os dias 12 e 17 de abril. A carga será de Gasolina Comum, Óleo Diesel S10 e S500.

Já na base da Oiltanking, o navio com carga de Gasolina Comum e Óleo Diesel S500 está aguardando a saída de um outro navio para fazer o abastecimento, previsto para ocorrer no dia 15.

CONVERSA COM GOVERNADOR 

O valor do ICMS será fixado no Estado em R$0,54 centavos do Diesel, enquanto no restante do país será de R$ 1,6. A decisão foi anunciada para o Sindipostos-ES com o governador Renato Casagrande na segunda-feira (11).

Outra deliberação tomada, é a liberação de todas as licenças em 2022 da base marítima no Terminal Portuário de Vila Velha venda em leilão a alguns anos. “O passo inicial começou a funcionar para tentar resolver esse problema de logística”, afirmou.