Em função de dívidas, empresa pede recuperação judicial e deixa de atuar em linhas do Transcol

A empresa “Metropolitana Transporte e Serviços” não atua mais no Sistema Transcol, que atende aos passageiros da região metropolitana de Vitória. A exclusão aconteceu após a viação contrair uma dívida de quase R$ 150 milhões. Em função disso, os integrantes entraram na justiça no fim do ano passado, com um pedido de recuperação judicial, juntamente com a Viação Tabuazeiro, integrante do mesmo grupo empresarial, entretanto, o pedido ainda não foi aceito pela Justiça do Estado.

Entre as justificativas da companhia de transporte, está a crise financeira gerada pela pandemia da covid-19, que trouxe um prejuízo a bilhetagem eletrônica, considerada a principal fonte de renda da empresa. O processo traz ainda a informação que aqui no estado as consequências foram ainda maiores em função das paralisações frequentes, diminuindo a utilização dos coletivos pelos usuários. Ainda segundo a companhia, as despesas com funcionários também gerou um forte impacto nas finanças.

Uma das formas de renda adquirida pelo grupo era por meio de um subsídio do governo, que repassa um valor aos transportes públicos, mas segundo a Metropolitana a empresa encontrou dificuldades em ter acesso ao repasse, pois a Viação Tabuazeiro também depende dos recursos da Metropolitana – que pertence ao mesmo grupo. Ainda segundo a empresa, entre as dificuldades está também a falta de recursos para arcar com a sua própria folha de pagamento entre outras despesas consideradas fixas.

“A não liberação dos subsídios, a um só tempo, impede que a Metropolitana arque com as obrigações da Tabuazeiro, a ela redirecionadas por força de determinação judicial, e impede que a Metropolitana cumpra, ao tempo e modo devidos, suas próprias obrigações, fazendo com que ela se veja acionada em juízo por outras dívidas em relação às quais não consegue fazer face” – trecho do processo judicial.

O pedido de recuperação judicial traz ainda da informação que o impacto foi ainda maior, quando o Governo do Estado viabilizou a integração dos coletivos municipais de Vitória com o Sistema Transcol. “Com isso, a Tabuazeiro se viu impossibilitada de dar continuidade à prestação do serviço de transporte público, sendo suas linhas realocadas/cedidas para a Metropolitana”, afirmou a empresa no pedido de recuperação”.

Em nota, a GVBus informou não saber da situação da Metropolitana, pois a mesma deixou de operar no Sistema Transcol em setembro de 2022. Além disso destacou que o serviço segue sendo prestado aos usuários por meio de outras empresas que operam o sistema coletivo de transporte aqui no estado.

Já a Secretaria de Mobilidade e Infraestrutura (Semobi), a empresa Metropolitana não possui contrato com órgão estadual, mas sim, com consórcio Atlântico Sul – integrante de outras empresas do setor de transporte, e que a exclusão da empresa se deu por meio de um processo administrativo interno realizado em setembro do ano passado e que após o episódio, outras empresas do consórcio que atendem requisitos técnicos, operacionais e legais, assumiram a operação.

Segundo Marcos Alexandre da Silva, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários (Sindirodoviários), os funcionários da empresa Metropolitana não tiveram nenhuma prejuízo após os trâmites de exclusão da viação, pois todos os colaboradores foram inseridos em outras empresas do consórcio, pois segundo ele, o futuro dos funcionários era a maior preocupação do sindicato.