Polícia conclui que pai acusou vizinho de matar criança em Cariacica para se livrar do crime

As investigações sobre a morte do menino de 7 anos, no dia 14 de abril deste ano, no bairro Nova Esperança, em Cariacica, foram concluídas pela Divisão Especializado de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) do município. Segundo a equipe policial, as acusações de que o vizinho seria o responsável pelo assassinato foram descartadas, e o pai Amós Rodrigues Pereira, 32 anos, foi denunciado.

“O pai da criança e a família entraram em acordo para acusar o antigo desafeto do genitor de ter entrado na casa para assassinar a criança. Mas logo depois do início das investigações nós descartamos, pois a pessoa apontada como autora nem estava em Cariacica no dia”, informou o Major Prado, da Polícia Militar (PM).

Outra informação descartado foi a de que uma pessoa teria parado em frente a casa com uma moto para disparar contra a criança. De acordo com a polícia, vizinhos e comerciantes com lojas próximas ao local deram depoimento, e nenhuma deles disse ter visto alguém com o veiculo parar em frente a residência e entrar na casa.

A acusação deixou moradores da região revoltados, e levou um grupo de pessoas a colocarem fogo na casa do então suspeito. Devido a esse fato, José Arruda, delegado-geral da PCES, pediu a população para não tentar fazer  justiça com próprias mãos e confiar na justiça.

Tiro acidental

A apuração da polícia chegou a conclusão que a criança morreu devido a um tiro acidental feito com revolver calibre 38. de pelo irmão de 12 anos. O disparo foi feito com a arma de fogo do pai, que de acordo com a polícia, não tem posse para manter ela em casa e estava dentro do guarda-roupa, sem trava de segurança e em altura de fácil alcance.

A ausência de remorso do responsável pela morte do filho foi contada pela PCES. “Em nenhum momento ele mostrou arrependimento do que aconteceu com o vizinho e ficou claro que a preocupação era se eximir da responsabilização. Chamou atenção que ao tomar conhecimento ele não prestou socorro junto a esposa, permaneceu na casa somente para esconder a arma de fogo em baixo de um vaso, no jardim”, disse o Major.

Pereira foi indiciado por homicídio culposo e fraude processual, e no momento responde em liberdade. Prado ainda explicou que Amós não responde por posse ilegal de arma, pois ” a posse é absolvida pelo crime de homicídio culposo, ele foi o meio usado no crime.”

“Deixo claro aqui que toda pessoa que quiser ter arma em casa deve ter cautela devido, e deve ser feito através da legalidade, tem que adquira arma legal, registrada onde ele passa por todos os procedimento informações e requisitos que existem no e estatuto de desarmamento e a pena aplicado ao pai é irreversível”, finalizou Arruda.